16/07/2015

SOBRE A MORTE



Efêmero - Andressa Parisi
Já parou pra pensar que a vida é uma coisa muito louca? Que, sabe-se lá como estamos existindo aqui, vivendo, em um corpo animado e que a qualquer momento isso pode acabar? Assim, de uma hora pra outra, na maioria das vezes sem nenhum aviso prévio. Num segundo você está vivo e no outro não. Num segundo você existe e de repente, não existe mais.
Acabou.

Aquele corpo que se movia, pensava e sentia se transforma em matéria inerte, como se de um momento para outro a vida simplesmente decidisse abandoná-lo. E aí, você não é mais filho, pai, mãe, pobre, rico, feliz, triste... É só matéria em decomposição prestes a servir de alimento para outras vidas e lembranças. Daqui pra frente você só vive na memória das pessoas que marcou e nos corpos de outras formas de vida que se alimentaram de suas partículas...

E se pararmos para pensar mais uma vez, talvez pensemos que nós também sempre fomos partículas de outras formas de vida e lembranças de coisas que marcaram nossas vidas... Então... o que somos se não um amontoado de partículas vindas de diversos lugares e rastros emocionais de pessoas, situações, lugares, etc? Será que, de certa forma, somos o mundo todo? Tudo o que já foi e tudo o que vai ser? Nossas partículas constituintes vieram de tudo o que já existiu no mundo e quando morrermos faremos parte do que virá a existir e assim incessantemente... Talvez nunca tenhamos de fato nascido e nunca venhamos de fato a morrer. Apenas nos misturamos ao todo e nos repartimos de novo, dando origem a diversas formas diferentes, animadas ou não. Somos apenas um monte de átomos que se organizam e reorganizam ao longo dos séculos...

Eu sou você, e as rochas, e o mar, e as estrelas...

Será, Raul?